A nova proposta da HLX é partir à descoberta da Lisboa à Espanhola, a estrear dia 24 de Julho!
Lisboa multicultural, Lisboa plural, Lisboa cosmopolita, Lisboa global – são muitos os epítetos que ajudam a caracterizar a capital como uma cidade onde se cruzaram e cruzam tantos povos, tantas nações. A riqueza desse passado e do presente reflecte-se de várias formas: na toponímia, na arquitectura, na literatura, nas festas, na comida.
Exemplos de relatos como os de William Beckford ou J.B.F. Carrère servem sempre como ponto de partida para conhecer-nos através do olhar do outro. Nos defeitos e nas virtudes. Curiosamente conhecem-se mais relatos de estrangeiros sobre os lisboetas e a cidade e menos os que são feitos pelos lisboetas em relação aos visitantes e habitantes estrangeiros.
Olhando de novo para a cidade procurámos esse novo desafio. Saber mais sobre os espanhóis, onde a palavra “estrangeiro” não parece convencer um lisboeta. Na verdade estão entre nós desde o século XII, galegos, castelhanos, navarros, bascos, catalães. Em suma, Espanha, nuestros hermanos.
Lisboa à Espanhola
Seguimos as marcas das presenças espanholas. Esta nova visita guiada acontece na véspera do dia 25 de Julho em que se celebra São Tiago Maior e o ponto de partida está relacionado com o Caminho Português de Santiago – Caminho Central. O caminho que iremos percorrer leva-nos a conhecer outros santos e santas dos primórdios da cristandade ibérica. Da religiosidade passamos às entradas triunfais dos reis Filipes e dos relatos e imagens que perpetuaram esses momentos.
Na prosa, Cervantes em busca de Camões. E as festas sumptuosas aquando da assinatura do contrato matrimonial e casamento por procuração da futura rainha Mariana Vitória de Bourbon no Terreiro do Paço e Capela Real.
Já em pleno século XIX, os galegos serão a face mais visível da presença espanhola, assim descritos em 1796: “existe em Lisboa uma raça de gente que se destaca da restante: forte, altiva, nervosa, cheia de vigor, expedita, ágil – sempre de cabeça erguida, o olhar vivo, aspecto altivo e decidido”. E quando se temeu que fossem um pretenso “inimigo” e se ameaçou expulsão, Pina Manique terá impedido porque «não haveria quem servisse as cidades de Lisboa e Porto».
Outras personagens serão lembradas nas suas passagens por Lisboa, como São Francisco Xavier e Miguel de Unamuno.
E por estar fora do nosso percurso a pé, vale a pena referir a Capela de Santo Amaro (Alcântara). Para além de uma localização extraordinária no alto de uma colina com vista para o Tejo e da sua antiguidade (séc. XVI), importa referir a sua ligação à comunidade galega. Santo Amaro é o santo padroeiro dos galegos, a capela terá sido fundada por marinheiros galegos, a festa é a 15 de Janeiro e o local teve romaria até 1930.
“¡Tierra! ¡Tierra! Aunque mejor diría ¡cielo!, ¡cielo!, porque sin duda estamos en el paraje de la famosa Lisboa.” Assim escrevia Miguel de Cervantes nos seus Trabajos de Persiles y Sigismunda. E cá vos esperamos nesta paragem de Lisboa, Largo da Sé, dia 24 de Julho às 9h30m! Inscrições abertas.